Exercício x desnutrição no paciente com insuficiência cardíaca
Fisioterapeuta Marisa de Moraed Regenga
Sabe-se que as disfunções no balanço energético ocorrem devido a alterações da relação entre a energia consumida e a energia gasta, é este balanço que irá determinar a quantidade de energia armazenada pelo organismo (1). O gasto energético diário relaciona-se com o metabolismo basal, o efeito térmico dos alimentos e atividade física executada (2). Sabemos que os indivíduos que apresentam insuficiência cardíaca congestiva (ICC) tendem a ter o metabolismo basal aumentado em decorrência de anormalidades na produção hormonal e de citocinas plasmáticas, o que é considerado um dos fatores predisponentes ao balanço energético negativo e a perda de peso (1).
Estima-se que cerca de 50% dos pacientes que apresentam ICC exibam sinais evidentes de desnutrição (3). Em geral, estes indivíduos cursam com importante deterioração do seu quadro clínico, manifestado por fraqueza muscular acentuada e fadiga precoce aos mínimos esforços, sintomas que se confundem e se sobrepõem aos próprios sintomas da ICC.
Devido a grande incidência de complicações que podem estar associadas à desnutrição e a imobilidade que ela irá desencadear, é considerada um importante indicador de mau prognóstico nos pacientes cardiopatas crônicos, sendo de importância fundamental, a abordagem precoce e criteriosa desses pacientes, no intuito de se promover uma implementação da atividade física, concomitante a um maior aporte nutricional.